segunda-feira, 5 de maio de 2008

Internet pela rede elétrica: uma opção possível para a inclusão digital

O uso da rede elétrica como meio de acesso à internet mostra-se, pouco a pouco, como uma opção interessante de inclusão digital para países em desenvolvimento como o Brasil e a Venezuela.
Nesta segunda-feira, por exemplo, a tecnologia foi implantada em uma comunidade popular de Caracas, capital venezuelana, a partir de uma decisão da empresa La Nueva Electricidad de Caracas (EDC).
A rede opera através das redes elétricas de média e baixa voltagem já existente, oferecendo serviço de internet em áreas de baixa renda e pouca cobertura de serviços, o que inclui uma escola de educação fundamental com mais de 1 mil alunos, crianças que passam a contar com o acesso à internet de alta velocidade.
Com a rede implantada, a companhia de energia espera levar à população local não só o acesso à rede mundial, como novos serviços que incluem a TV e a telefonia pela internet (das siglas IPTV e telefonia IP).
Estimativas do Computer Industry Almanac divulgadas pela EDC à imprensa indicam que apenas 13% da população venezuelana, ou 3,3 milhões de pessoas, têm acesso à internet. Por isso, a opção de levar banda larga pela rede elétrica pode ser interessante para ampliar esse número, especialmente em regiões de difícil acesso para outras tecnologias.


BRASIL TEM INICIATIVAS

No Brasil, a rede elétrica também já faz parte de algumas iniciativas que beneficiam regiões carentes. A Procempa, empresa de tecnologia de Porto Alegre, por exemplo inaugurou semana passada serviços de telemedicina na rede de saúde com base em uma infra-estrutura que utiliza a infra-estrutura da empresa de energia.
Na primeira etapa serão disponibilizados 40 exames mensais de ultrassonografia a gestantes que moram na região de Restinga, distante 40 quilômetros da área central da capital gaúcha.
Segundo a Procempa, muitas das grávidas que marcam exames hoje no posto local de Restinga acabam não fazendo a ultrassonografia porque não dispõem de condições financeiras para o deslocamento até o Centro ou não têm com quem deixar os filhos.
Com o acompanhamento remoto que passa a ser feito, somente nos casos em que for observada alteração ou má formação do feto, a gestante será encaminhada ao hospital para acompanhamento do pré-natal. (Na foto extraída do site da Procempa, o presidente da companhia, André Imar Kulczynski, demonstra o sistema).
As imagens das ultrassonografias captadas no posto são transmitidas, em tempo real, ao Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV), onde médicos obstetras interpretam e emitem o laudo que já é repassado à paciente.
Regiões como Barreirinhas (MA) e Pirenópolis (GO) também restam a tecnologia para permitir o acesso à internet pelos cabos de energia.

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